quinta-feira, 19 de maio de 2011

O EVANGELHO SEGUNDO OS CIENTISTAS




Descobertas recentes ligadas a Jesus Cristo sugerem como era a vida nos tempos dos apóstolos

Para alguns, Ele foi o Messias, um homem que curou enfermos, ressuscitou Lázaro e espalhou uma mensagem de amor pelo mundo. Para outros, um revolucionário que aglutinou multidões em uma época na qual Roma impunha seu jugo sobre Israel. No aniversário de Jesus Cristo, o Correio/Diario entrevistou especialistas que buscam sinais de sua passagem pela Terra. Tudo o que se sabe sobre ele foi documentado pelos apóstolos no Novo Testamento e concluído com base em raros registros históricos. De acordo com o arqueólogo Shimon Gibson, professor da Universidade da Carolina do Norte e autor de Os últimos dias de Jesus: a arqueologia como evidência - previsto para ser lançado em 1º de março -, Cristo provavelmente nasceu na época de Herodes, o Grande, e morreu no ano 30. "Muitas pessoas não entendem, mas Jesus veio de um contexto judaico e se considerava judeu", explicou. "As diferenças entre o grupo de Jesus e o objetivo final do judaísmo só se tornaram claras após a destruição de Jerusalém e do templo judaico pelos romanos, no ano 70 (da Era Cristã)."

A racionalidade de Gibson foi colocada à prova por um objeto no qual muitos ainda depositam sua fé. Em março de 1980, ele e o colega Yosef Gat encontraram uma cova de 2 mil anos em Talpiot, nas redondezas de Jerusalém. "Havia algumas inscrições interessantes, como 'Jesus, filho de José', mas esses nomes também eram muito comuns no século 1", contou o arqueólogo. "A presença de uma inscrição mencionando 'Jacó, filho de José, irmão de Jesus' também deixa claro que esse não era o Jesus dos apóstolos." Para Gibson, a Tumba dos 10 Ossários pertenceu a uma família judia do século 1. A relíquia foi anunciada à imprensa mundial como verdadeira pelo cineasta James Cameron, diretor do filme Titanic, em 2007.

O cientista acredita que a arqueologia tem muito a contribuir para a compreensão da figura de Jesus, o contexto da sociedade na qual ele vivia e até para a elucidação de seus hábitos. "Eu vejo Jesus como uma pessoa muito envolvida em práticas de cura, que se seguiram às atividades de batismo organizadas por seu primo João Batista. Jesus teria usado as piscinas de Siloé e de Bethesda como pontos de organização para a atração de multidões de peregrinos interessados em seus ensinamentos", comentou Gibson. Siloé se encontra ao sul da antiga Jerusalém e foi descoberta em 1867. O reservatório de Bethesda estava a leste da mesma cidade, perto da Fortaleza de Antônia. Em 1999, Gibson localizou a sepultura de João Batista.

Sudário - Um dos mais controversos enigmas do cristianismo está trancado a sete chaves na capela real da Catedral de São João Batista, em Turim, na Itália. A ciência ainda não conseguiu provar se o pano de linho puro, de 4,4m de comprimento por 1,1m de largura, teria sido a mortalha que cobriu o corpo de Cristo no sepulcro. O norte-americano Peter J. Shield, autor de À imagem de seu Deus - O curso do sudário e membro do Conselho para o Estudo do Sudário de Turim, entrevistou em 1988 os principais cientistas envolvidos noProjeto de Pesquisa sobre o Sudário de Turim (Sturp, pela sigla em inglês). "Eles foram incapazes de explicar como a imagem de um homem se impregnou no tecido", disse.

Shield refuta os testes de datação com carbono 14, segundo os quais a peça havia sido produzida no século 14, em plena Idade Média. "Essa datação foi feita em um pedaço de algodão, mas o Sudário é todo de linho", explicou. Para o estudioso Joe Marino, ex-monge beneditino e ex-padre católico, a amostra de C-14 foi retirada de uma costura do século 16 usada para reparar o tecido. Ele admite a possibilidade de se estabelecer provas científicas sobre o Santo Sudário. "O problema é que, como há correlação com a figura histórica de Jesus, sentimentos religiosos e emocionais podem afetar a pesquisa", comentou Marino. Segundo Shield, as imagens no tecido mostram marcas idênticas às cicatrizes deixadas pelo flagrum romano - um tipo de chicote usado na época da morte de Cristo. A Igreja decidiu antecipar a exibição pública do tecido de 2025 para 2010.

Pistas do salvador

O que a arqueologia e a tradição católica sabem ou suspeitam sobre a existência de Jesus Cristo

Igreja da natividade

O templo teria sido construído sobre a gruta onde supostamente nasceu Jesus Cristo, na cidade de Belém. Contém uma manjedoura que apontaria o local exato onde ele foi colocado ao nascer - marcado por uma estrela de 14 pontas em mármore.

Evangelho de Judas

O manuscrito ficou desaparecido por 1.700 anos e dataria do ano 150. O texto diz que Judas Iscariotes seria um demônio com a missão de sacrificar Jesus. O documento foi descoberto na década de 1970, dentro de uma tumba no deserto egípcio.

Tumba dos ossários

Escavada em 1980, a tumba foi localizada perto de Jerusalém. Um dos sarcófagos traz a inscrição "Jacó, filho de José, irmão de Jesus". Para os próprios descobridos, a tumba pertencia a uma família judaica que viveu no século 1.

Santo sudário

Com 4,4 m de comprimento e 1,1m de largura, o tecido de linha guardado na Catedral de São João Batista, na cidade de Turim (Itália), traz a imagem impressa de um homem que teria sofrido flagelo físico. Para os católicos, a peça teria envolvido o corpo de Jesus Cristo no sepulcro até a ressurreição. A mais recente pesquisa, realizada pelo químico Raymond Rogers, sugere que o manto tem entre 1.300 e 3.000 anos.

Diário de Pernambuco 25/12/08

Minha opinião
A ciência tenta explicar o que os olhos vêem, naturalmente. Deveria explicar também as curas, a ressurreição de Lázaro, a própria ressurreição de Jesus, os demônios, (entre tantos outros) e, o que os milhões de cristãos vivenciam com Ele.

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